A Colossal Biosciences, empresa que anunciou a recriação de uma espécie de lobos pré-históricos extintos há aproximadamente 12 mil anos, também possui projetos voltados para a “desextinção” de outros animais que já habitaram o planeta.
Além dos lobos, a startup norte-americana também tem como objetivo trazer de volta espécies extintas como os mamutes-lanosos, os tilacinos (popularmente conhecidos como tigres-da-Tasmânia) e os dodôs. Para isso, os cientistas utilizam DNA antigo, técnicas de clonagem e ferramentas de edição genética para modificar os genes de espécies que ainda existem atualmente.
Mamute-lanoso

O mamute, espécie que está no centro do projeto da Colossal Biosciences, habitou a Terra durante a Era Glacial e tem como parentes vivos mais próximos os elefantes asiáticos. Esses animais foram extintos há aproximadamente 4 mil anos. Segundo a empresa, esse será o principal caso em sua iniciativa de reversão da extinção.
A Colossal acredita que, ao trazer os mamutes de volta, será possível desenvolver novas ferramentas e tecnologias que contribuam para a preservação dos elefantes atuais, ameaçados de extinção. Além disso, o projeto permitirá avanços no entendimento da adaptação genética de animais ao frio e no uso da edição genética multiplex — uma técnica que permite alterar vários genes simultaneamente em um único experimento.
“Quando perdemos os mamutes, também perdemos os serviços ecossistêmicos que eles proporcionavam. Reintroduzi-los pode ajudar a restaurar um planeta que foi desequilibrado pela ação humana. Temos agora a oportunidade de começar a reverter o curso da destruição e caminhar em direção a um mundo mais renovado e regenerativo”, afirmou o Ph.D. Kenneth J. Lacovara, membro do conselho consultivo executivo da Colossal, no site da empresa.
Desde sua fundação em setembro de 2021 por Ben Lamm, um empreendedor serial, e pelo geneticista de Harvard George Church, a Colossal já arrecadou pelo menos R$ 2,5 bilhões. Foi nesse momento que a empresa anunciou pela primeira vez seus planos ambiciosos de trazer o mamute de volta à vida. Embora o projeto tenha avançado mais lentamente do que Lamm previa inicialmente, a empresa afirma que está no caminho certo para apresentar os primeiros bezerros de mamute lanoso até 2028.
Tigre-da-Tasmânia

A startup afirma que tem como objetivo trazer o tilacino — também conhecido como tigre-da-Tasmânia — de volta à vida, revertendo sua extinção.
O último exemplar da espécie na natureza foi morto entre 1910 e 1920, e o último indivíduo em cativeiro morreu em 1936, apenas dois meses depois de o governo australiano declarar a espécie oficialmente protegida.
Segundo a empresa Colossal, o desaparecimento do tilacino provocou um desequilíbrio ecológico. Isso ocorre quando predadores no topo da cadeia alimentar são eliminados, desencadeando um efeito dominó que impacta todas as camadas inferiores do ecossistema.
Para restaurar a espécie, a empresa planeja utilizar embriões e filhotes preservados em álcool e outros fluidos estabilizadores, mantidos por cientistas ao longo dos anos.
Tigre-da-Tasmânia

O dodô, ave que habitava as Ilhas Maurício — um país insular localizado no Oceano Índico — foi extinto após a chegada dos holandeses à região. A introdução de espécies invasoras, como ratos, cabras, porcos, veados e macacos, contribuiu significativamente para seu desaparecimento, já que esses animais se alimentavam dos ovos do pássaro.
A data exata da extinção do dodô ainda é motivo de debate. Embora existam relatos de possíveis avistamentos até 2003, os pesquisadores David Roberts e Andrew Solow sugerem que o último indivíduo da espécie provavelmente morreu por volta de 1690.
Atualmente, a empresa Colossal colabora com a ONG Mauritian Wildlife Foundation (MWF – Fundação da Vida Selvagem das Ilhas Maurício) com o objetivo de restaurar os habitats naturais do dodô, trazer a espécie de volta à vida e apoiar iniciativas para sua reintrodução na natureza.