RESUMO DESSE CONTEÚDO
Faltando poucos meses para a COP30, que será realizada em novembro de 2025 em Belém (PA), uma pesquisa mostra que metade dos brasileiros ainda não sabe que o país sediará o evento. O desconhecimento é maior entre as classes C, D e E, e em regiões fora da Amazônia Legal. Já o nível de informação é mais alto entre homens, classes A e B, e moradores do Norte.
A pesquisa também revela que a Amazônia é vista como o maior símbolo nacional, embora ainda pouco compreendida. No exterior, o Brasil é considerado um país animado, porém instável, com grande interesse voltado à floresta e à preservação ambiental.
Internamente, os brasileiros se mostram divididos: muitos têm esperança no país, mas também expressam frustração, tristeza e vergonha. Ainda assim, há um desejo coletivo por um Brasil mais justo, eficiente e confiável.
Conteúdo resumido pela LUONA para vídeo.
A poucos meses da Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), marcada para acontecer entre os dias 10 e 21 de novembro em Belém (PA), uma pesquisa revelou que 50% da população brasileira ainda não sabe que o país sediará o maior evento climático do mundo — e, pela primeira vez, no coração da floresta amazônica.
O levantamento foi realizado pelo instituto Opinion Box, a pedido do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável (CDESS), órgão ligado à Presidência da República. A pesquisa ouviu 3.266 pessoas em todo o Brasil, com margem de erro de 1,7 ponto percentual e 95% de nível de confiança.
Desinformação afeta principalmente as classes mais baixas
Apesar da importância global do evento, o desconhecimento sobre a COP30 é maior entre brasileiros das classes C, D e E e em regiões fora da Amazônia Legal. Por outro lado, o nível de informação é mais elevado entre homens (58%), pessoas das classes A e B (58%) e moradores da região Norte (69%), onde está localizada Belém.
Diante desse cenário, o relatório recomenda que o governo federal intensifique a comunicação e antecipe ações para informar a população, especialmente os públicos que mais desconhecem a realização da conferência.
Amazônia: símbolo nacional pouco compreendido
Quando questionados sobre os lugares que melhor representam a identidade brasileira, a maioria (53%) apontou a Amazônia. Em seguida vieram Rio de Janeiro (36%), praias (33%), São Paulo (30%), Pantanal (22%), Brasília (16%) e cidades do interior (15%).
A resposta reafirma o papel simbólico da floresta na construção da imagem do Brasil, mas também evidencia um paradoxo: mesmo sendo vista como símbolo nacional, a Amazônia ainda é pouco compreendida e valorizada como espaço de debate global.
Como o Brasil é visto no exterior
A pesquisa também investigou a percepção internacional sobre o Brasil. Segundo os dados, 76% dos estrangeiros demonstram interesse em visitar o país para conhecer a Amazônia, e 75% se sentem atraídos pelas ações de preservação ambiental.
Apesar disso, o relatório aponta que o Brasil é visto como um “amigo de fim de semana”: alguém alegre e cheio de vida, mas que não demonstra compromisso constante — uma metáfora para a imagem de um país animado, porém inconsistente.
Brasileiros divididos entre esperança e frustração
A pesquisa também buscou entender como os próprios brasileiros veem o país. Para 46%, o Brasil é “doente, mas com potencial de cura”; 34% acreditam que é “saudável”; 20% o consideram “muito doente” e 3% acham que não há mais como recuperar.
Quando perguntados sobre os sentimentos que o país desperta, os entrevistados mencionaram: “esperança” (45%), “frustração” (34%), “tristeza” (25%), “vergonha” (25%), “orgulho” (12%), “alegria” (11%) e “indiferença” (7%).
Desejo por um país mais justo e eficiente
Apesar das emoções contraditórias, 44% dos brasileiros acreditam que o país é trabalhador. Entre os desejos mais citados está a vontade de que o Brasil passe a ser associado a qualidades como justiça, competência e eficiência — sinal de que, mesmo diante das dificuldades, há espaço para resgatar a confiança e reconstruir uma identidade nacional mais forte e respeitada.