RESUMO DESSE CONTEÚDO
A Colossal Biosciences anunciou a primeira “desextinção”: três filhotes do lobo-terrível, espécie extinta há mais de 10 mil anos. A empresa usou DNA de fósseis antigos e edição genética de lobos modernos para criar híbridos com características dos lobos extintos, sem recriar seu DNA original por completo. Os filhotes, Rômulo, Remo e Khaleesi, foram gestados por cadelas e vivem nos EUA.
Fundada em 2021, a Colossal tem como meta restaurar o equilíbrio ambiental ao trazer de volta espécies extintas, como o mamute, com a ajuda da tecnologia Crispr. Apesar do anúncio, especialistas alertam que a criação ainda precisa ser validada cientificamente. Avaliada em cerca de US$ 10 bilhões, a empresa defende que tais projetos podem ajudar a combater os efeitos das mudanças climáticas.
Conteúdo resumido pela LUONA para vídeo.
A Colossal Biosciences, empresa dedicada a reviver espécies extintas, anunciou nesta segunda-feira (7) a primeira desextinção: o lobo-terrível (dire wolf).
Conhecida também por tentar recriar mamutes, a empresa já havia apresentado camundongos com pelagem semelhante à dos animais extintos há 4 mil anos.
Agora, afirma ter “trazido de volta à vida” três filhotes de lobo-terrível, espécie extinta há mais de 10 mil anos, a partir de DNA antigo extraído de fósseis.
Os filhotes foram batizados de Rômulo, Remo (nascidos em 1º de outubro de 2024) e Khaleesi (nascida em 31 de janeiro de 2025).
Os lobos-terríveis, embora parecidos com lobos cinzentos e chacais, tinham uma linhagem genética própria. Originários da América do Norte, seus fósseis mais antigos têm cerca de 250 mil anos.
Apesar do anúncio, especialistas em genética alertam que é cedo para considerar a recriação da espécie um avanço real. A pesquisa ainda não foi publicada em revistas científicas nem passou por revisão de outros cientistas.
Segundo a revista Time, a Colossal não recriou totalmente o DNA do lobo terrível (Aenocyon dirus), mas editou o material genético de lobos modernos, alterando cerca de 20 regiões do genoma para reproduzir características da espécie extinta, como tamanho, estrutura corporal, dentes, mandíbulas e vocalização.
Ou seja, os animais criados não são cópias exatas dos lobos terríveis de 10 mil anos atrás, mas sim híbridos geneticamente modificados a partir de fragmentos de DNA antigo.
O que se sabe sobre a desextinção
A Colossal afirma ter usado edições genéticas baseadas no genoma do lobo-terrível para trazer a espécie de volta. O DNA foi extraído de fósseis com idade entre 11,5 mil e 72 mil anos. Segundo a “Time”, a empresa empregou uma técnica menos invasiva de clonagem e edição genética para recriação do animal.
Em vez de usar células de tecidos, os cientistas coletaram células progenitoras endoteliais (EPCs) do sangue de um lobo-cinzento. Eles então editaram 14 genes dessas células para que correspondessem ao DNA dos lobos gigantes, sem usar diretamente material genético antigo. Os núcleos modificados foram implantados em óvulos sem núcleo, formando embriões que foram gestados por cadelas mestiças grandes e saudáveis.
“Este momento marca não apenas um marco para nós como empresa, mas também um salto para a ciência, a conservação e a humanidade”, afirma a empresa em uma postagem no X.
Atualmente, os mais velhos, Rômulo e Remo, têm cinco meses e vivem em um centro de preservação da vida selvagem nos Estados Unidos.
A empresa busca ser a primeira a usar a tecnologia Crispr para ressuscitar espécies extintas.
O Crispr funciona como uma “tesoura genética”, permitindo à ciência editar partes do DNA de uma célula, ativando ou desativando a produção de determinadas proteínas.

Em março, a Colossal anunciou a criação de camundongos com pelos semelhantes aos dos mamutes-lanosos, extintos há quatro mil anos. Agora, afirma ter desextinto, pela primeira vez, uma espécie com todas as características originais.
Qual o motivo para trazer de volta animais extintos?
Fundada em 2021, a empresa Colossal tem como objetivo “ressuscitar” espécies extintas em versões geneticamente modificadas para restaurar o equilíbrio ambiental.
Pesquisadores afirmam que o aquecimento global tem aquecido a tundra da Sibéria e da América do Norte, liberando grandes quantidades de dióxido de carbono. No passado, essa região era coberta por pastagens, mantidas por mamutes que ajudavam a controlar o musgo, derrubar árvores e fertilizar o solo.
A proposta é que, com o retorno desses animais, o ecossistema seja reequilibrado, contribuindo para a redução das emissões de carbono. Com essa missão, a empresa já arrecadou bilhões de dólares e hoje é avaliada em cerca de US$ 10 bilhões (R$ 58 bilhões).