- Nome completo: Fernando Affonso Collor de Mello
- Nascimento: 12 de agosto de 1949, Rio de Janeiro (RJ), Brasil
- Nacionalidade: Brasileiro
- Profissão: Jornalista e político
- Partidos políticos: Teve passagem por diversos partidos, como PDS, PRN, PTC, PTB, PROS e outros.
- Família: Filho de Arnon de Mello (jornalista e ex-senador por Alagoas) e Leda Collor de Mello. Casado com Caroline Medeiros Collor (segunda esposa), tem filhos.
Formação e Início da Carreira
Fernando Collor é descendente de uma tradicional família política de Alagoas. Seu pai, Arnon de Mello, foi senador, e seu avô também foi político. Estudou economia na Universidade de Brasília (UnB) e iniciou sua carreira como jornalista, chegando a presidir o grupo de comunicação Gazeta de Alagoas, pertencente à sua família.
No início dos anos 1980, ingressou na vida pública como presidente do Centro das Indústrias de Alagoas e, em seguida, foi nomeado presidente da Empresa Brasileira de Turismo (Embratur), durante o governo do presidente João Figueiredo.
Carreira Política
Deputado Federal (1979–1983): Collor foi eleito deputado federal por Alagoas em 1978, ainda durante o regime militar, pelo partido ARENA (que depois se tornou PDS). Nessa época, já demonstrava seu estilo combativo e postura liberal.
Prefeito de Maceió (1979–1982): Foi prefeito de Maceió por nomeação durante a ditadura militar, sendo o primeiro da sua geração a ocupar um cargo executivo. Implementou algumas modernizações na cidade, com foco em infraestrutura e organização urbana.
Governador de Alagoas (1987–1989): Eleito em 1986, destacou-se nacionalmente ao promover ações contra os altos salários do funcionalismo público, o que lhe valeu o apelido de “caçador de marajás”. Esse discurso de combate aos privilégios seria a base de sua campanha presidencial pouco tempo depois.
Presidência da República (1990–1992)
Eleição de 1989: Fernando Collor foi eleito presidente da República nas primeiras eleições diretas após a ditadura militar, em 1989, derrotando Luiz Inácio Lula da Silva no segundo turno. Representava o PRN (Partido da Reconstrução Nacional), um partido pequeno que ganhou força com sua candidatura.
Governo: Assumiu em 15 de março de 1990, com um discurso liberal e modernizante, propondo a abertura da economia brasileira, combate à inflação e redução do tamanho do Estado.
Um dos atos mais polêmicos foi o Plano Collor, anunciado pela então ministra da Economia Zélia Cardoso de Mello, que bloqueou as contas bancárias dos brasileiros para tentar conter a hiperinflação. A medida causou um forte impacto econômico e social.
Outras marcas de seu governo incluem:
- Abertura do mercado brasileiro às importações;
- Privatizações de empresas estatais;
- Incentivo à modernização da indústria;
- Avanços nas áreas de meio ambiente e relações exteriores.
Impeachment
Em 1992, denúncias de corrupção feitas por seu próprio irmão, Pedro Collor, revelaram um esquema de arrecadação de propinas comandado pelo empresário Paulo César Farias (PC Farias), seu tesoureiro de campanha.
Após grande pressão popular e o movimento dos caras-pintadas, formados principalmente por estudantes, o Congresso Nacional aprovou o impeachment de Collor.
Ele renunciou no dia da votação final no Senado, em 29 de dezembro de 1992, numa tentativa frustrada de evitar a perda de seus direitos políticos. Mesmo assim, o Senado seguiu com a votação e o considerou inelegível por 8 anos.
Após o Impeachment
Durante os anos 1990, Collor manteve-se afastado da política. Tentou retornar à presidência em 2000 e 2002, mas sem sucesso.
Senador por Alagoas (2007–2023)
Em 2006, foi eleito senador por Alagoas, pelo partido PTB. Durante seu mandato, teve atuação discreta, mas se alinhou a diferentes governos ao longo do tempo, incluindo apoio a Lula, Dilma Rousseff, Michel Temer e Jair Bolsonaro.
Também foi citado em escândalos como a Operação Lava Jato, sendo alvo de investigações por corrupção e lavagem de dinheiro, mas sem condenações definitivas até o fim do mandato.
Vida Pessoal e Curiosidades
- É faixa preta em caratê e já praticou vários esportes.
- Foi casado com Rosane Malta (primeira-dama durante a presidência), de quem se divorciou após o impeachment.
- É pai de filhos de diferentes casamentos.
- Mantém um estilo reservado e, embora tenha sido presidente, é considerado uma figura solitária na política brasileira.
Legado
Fernando Collor entrou para a história como o primeiro presidente eleito por voto direto após a ditadura e também como o primeiro a sofrer impeachment no Brasil. Seu governo representou um momento de transição econômica e institucional, marcado por promessas de modernização e também por forte instabilidade.