RESUMO DESSE CONTEÚDO
O Governo do Pará está acelerando as obras para a COP30 em Belém, com mais de 30 projetos em andamento para melhorar a cidade. O Parque da Cidade, principal local do evento, está 78% concluído, e há investimentos também em saneamento e infraestrutura de hospedagem, incluindo navios e novos hotéis. O programa Capacita COP 30 já qualificou 16 mil trabalhadores, preparando a população para as demandas da conferência.
Além das melhorias urbanas, a COP30 deixará legados duradouros, como iniciativas em sustentabilidade. O governo federal, por meio da Itaipu Binacional, está investindo na construção de Unidades de Valorização de Resíduos e em um barco movido a hidrogênio para melhorar o tratamento de resíduos e fortalecer cooperativas locais, promovendo educação ambiental e um futuro mais sustentável para Belém.
Conteúdo resumido pela LUONA para vídeo.
As obras estruturantes que preparam Belém para sediar a Conferência Climática das Nações Unidas (COP30), marcada para novembro deste ano, seguem dentro do cronograma e serão concluídas antes do início do evento. A confirmação foi feita pela vice-governadora do Pará, Hana Ghassan (MDB), durante uma cerimônia realizada nesta quinta-feira (24), no Parque da Cidade, que marcou a contagem regressiva de 200 dias para a conferência.
Ao todo, o Governo do Pará está executando mais de 30 obras em áreas estratégicas, com o objetivo de transformar a qualidade de vida na capital e na região metropolitana. Os investimentos vão além do evento: representam um legado duradouro para a população, tornando Belém mais acolhedora e melhor preparada para o turismo. Um dos destaques é o Parque da Cidade, localizado na Avenida Júlio César, que será o principal palco da COP30. A primeira etapa da obra já está 78% concluída, com cerca de 230 metros quadrados de área construída dos 500 m² totais.
Presidente do Comitê Estadual da COP30, Hana Ghassan enfatizou que os benefícios das intervenções vão perdurar por muitos anos.
“Estamos focados em garantir que tudo seja aproveitado pela população após o evento. Não queremos ‘elefantes brancos’, como já ocorreu em outras cidades. Cada centavo investido tem como objetivo atender aos paraenses, não apenas aos visitantes.”
Com a proximidade da conferência, o ritmo das obras será ainda mais intenso.
“Agora é hora de acelerar. O que foi planejado está em plena execução. Foram dois anos de estudos e preparação, com apoio de consultorias especializadas. Temos confiança de que Belém vai realizar um evento grandioso e acessível a todos.”
Além das melhorias urbanas, os trabalhos têm gerado impactos positivos na economia local. Mais de cinco mil empregos diretos já foram criados, beneficiando cerca de 900 mil pessoas.
“Em 2025, já registramos um aumento de 68% na abertura de novas empresas. A expectativa é que o Pará esteja entre os três estados com maior crescimento do PIB no país.”

Investimentos e Infraestrutura para o Evento
Ainda sobre o Parque da Cidade, que integra o pacote de R$ 4,5 bilhões em investimentos oriundos da União, do Governo do Estado e da Prefeitura de Belém, contemplando 30 obras estruturantes, a vice-governadora confirmou que 2.180 das 2.500 mudas previstas já foram plantadas no local.
Paralelamente, o governo estadual, amparado por sua solidez fiscal e boa capacidade de pagamento — conforme destacou Hana —, obteve recursos voltados prioritariamente para obras de saneamento. Atualmente, 17 canais estão em processo de revitalização, incluindo pontos estratégicos como os canais da Timbó e da Gentil, que já foram totalmente ou parcialmente reconstruídos.
“Até o período de chuva está previsto no cronograma, e agora estamos com três turnos de trabalho em algumas obras, como é o caso da ponte do Outeiro, uma obra prévia à COP, mas que acabou sendo integrada ao planejamento porque tem a ver com mobilidade.”
Hana Ghassan enfatizou que a utilização de navios como alternativa de hospedagem não é uma medida improvisada nem experimental. Segundo ela, toda a organização está sendo acompanhada de perto pela ONU.
“É uma solução que já foi usada em olimpíadas, em copa do mundo, é uma forma sustentável de conseguirmos aumentar o número de leitos disponíveis.”
Ela destacou que dois hotéis, das redes Vila Galé e Tivoli, estão sendo viabilizados por meio da iniciativa privada, com apoio do governo estadual. Também mencionou a retomada das obras de um hotel em Castanhal, que estavam paradas há mais de dez anos. Já a Vila COP, que está sendo construída na Avenida Brigadeiro Protásio, em frente ao Hangar Convenções & Feiras da Amazônia, contará com 405 acomodações e, futuramente, abrigará órgãos públicos que atualmente funcionam em imóveis alugados.
COP30: O que fica para Belém e para o mundo
A presidente do Comitê Estadual da COP diz que:
“É algo recorrente nas cidades quando há grandes eventos, é o caso do Círio em Belém no mês de outubro, é a busca por hospedagem em plataformas de aluguel por temporada, e nisso a COP30 também já tem um legado: de 700 imóveis que tínhamos registrados agora são mais de 1,3 mil, e quanto maior a oferta, mais chances de os preços praticados acabarem diminuindo”
Um legado que fala por si
Valter Correia, secretário Extraordinário da Presidência da República para a COP30, reconheceu que os investimentos internacionais destinados a Belém para viabilizar o evento terão um impacto duradouro. Segundo ele, o maior destaque está nas intervenções de saneamento nos canais da cidade.
“Só essa frente de trabalho atinge algo em torno de 600 mil pessoas diretamente, quase que a metade da população de Belém. Isso não é pouca coisa, enquanto legado.”
Ele chegou pedindo desculpas pelo atraso, explicando que o motivo foi uma reunião com a ministra interina do Turismo, Ana Carla Lopes, além de representantes do setor hoteleiro, imobiliário e de plataformas digitais. O encontro teve como foco a discussão sobre os preços praticados pelas opções de hospedagem em Belém.
“Temos que dar o tratamento de uma forma bastante equilibrada e negociada com as redes. Já vínhamos de duas reuniões sobre o tema em Brasília (DF), porque estamos chamando a atenção para algo que é vital para o sucesso da COP30 em novembro: a participação de todos os países-membros da ONU, comunidade europeia, mais 150 chefes de estado.”
Legado Verde: Capacitação e Sustentabilidade no Pós-COP30
Além das obras estruturantes, o Governo do Pará tem avançado na qualificação e formação de mão de obra em todo o Estado por meio do programa Capacita COP 30. Atualmente, o programa oferece 105 cursos voltados para as áreas de turismo, infraestrutura e serviços, diretamente relacionados à agenda da conferência. Em pouco mais de um ano, já foram qualificados 16 mil trabalhadores.
Durante o evento, o secretário Executivo de Belém para a COP 30, André Godinho, destacou outro investimento do governo federal, por meio da Itaipu Binacional, que está em andamento e pode ser um dos principais legados pós-evento. Esse projeto foca em uma das questões mais desafiadoras da Região Metropolitana de Belém: o problema do lixo.
“Um dos investimentos contempla a construção de quatro Unidades de Valorização de Resíduos (UVRs), além de um barco movido a hidrogênio que vai contribuir para que cooperativas da cidade sejam desenvolvidas, em seu maquinário e tecnologia, no sentido de aumentar a destinação correta desses resíduos, que têm valor quando tratado corretamente. Isso é um grande legado, e totalmente conectado à educação ambiental, e a COP seguramente pode ser um ponto de virada para que nós, toda a população possa evoluir nesse entendimento.”