RESUMO DESSE CONTEÚDO
A paronomásia é uma figura de linguagem que utiliza palavras com sons semelhantes, mas significados diferentes, para criar um efeito sonoro ou estilístico, muitas vezes com humor ou ironia.
Exemplo: “O banco quebrou a banca.”
Explicação: Nesse caso, as palavras “banco” (instituição financeira) e “banca” (um grupo de pessoas ou uma estrutura de trabalho) têm sons semelhantes, mas significados diferentes. O efeito da paronomásia pode criar um jogo de palavras, que torna a frase mais interessante e marcante.
Conteúdo resumido pela LUONA para vídeo.
Você já ouviu uma frase que usa palavras parecidas, mas com significados diferentes, e achou curioso ou até engraçado? Pois é exatamente disso que trata a paronomásia, uma figura de linguagem que joga com sons semelhantes para criar efeitos de estilo, humor ou reforço de ideias.
O que é Paronomásia?
Paronomásia é uma figura de linguagem da estilística que consiste na aproximação de palavras com sons parecidos, mas significados diferentes. Essas palavras são chamadas de parônimas — daí vem o nome paronomásia.
Essa figura é muito usada em:
- textos publicitários,
- slogans,
- poesias,
- músicas,
- provérbios,
- e até no humor.
Ela serve para dar ritmo, sonoridade e criatividade à linguagem.
Exemplo clássico de Paronomásia:
“Quem com ferro fere, com ferro será ferido.”
(Provérbio popular)
Aqui temos a repetição de palavras semelhantes (com os mesmos radicais), reforçando a ideia de justiça ou consequência.
Outros exemplos de Paronomásia:
“O cavaleiro firme cavalgava o cavalo fraco.”
- Parônimos usados: firme × fraco (adjetivos que são antônimos, mas usados de maneira semelhante foneticamente).
- Explicação: O exemplo utiliza palavras que, apesar de não serem foneticamente idênticas, são similares em sons e formam uma repetição rítmica. A paronomásia se faz pela proximidade fonética entre firme (forte) e fraco (débil). Esse uso cria um contraste interessante que chama a atenção e causa um efeito poético e sonoro, destacando a opacidade ou fragilidade do cavalo.
“Você tem pressa? Então preça atenção!”
Parônimos usados: pressa × preça (palavra “preça” não existe, mas é uma forma de paronomásia com o verbo “prestar”).
Explicação: Aqui a paronomásia acontece porque pressa (urgência) é confundida com preça (uma forma inventada, mas que remete ao verbo prestar, como em “prestar atenção”). A brincadeira sonora cria um trocadilho divertido e criativo, explorando a similaridade fonética entre palavras diferentes, gerando humor e fazendo com que a mensagem se destaque na memória do leitor ou ouvinte.
“O pecado mora ao lado e a tentação do outro.”
Parônimos usados: pecado × tentação.
Explicação: Nesse caso, o jogo de palavras não é exatamente uma paronomásia em termos de sonoridade, mas sim um uso mais semântico, já que pecado e tentação são palavras muito relacionadas no contexto religioso, e ambas possuem um campo semântico muito próximo. Aqui, a paronomásia se dá no efeito de aproximação entre os termos, como se tentação fosse a porta de entrada para o pecado. O contraste sonoro e o sentido comum entre as palavras criam um efeito retórico.
“O poeta é um fingidor / Finge tão completamente / Que chega a fingir que é dor / A dor que deveras sente.”
(Fernando Pessoa – aqui temos um jogo sutil entre “fingidor”, “finge”, “fingir”)
Parônimos usados: fingidor, finge, fingir.
Explicação: Este é um exemplo clássico de paronomásia na poesia. As palavras fingidor, finge e fingir são todas da mesma raiz verbal, mas com significados ligeiramente diferentes. O efeito aqui é sonoro e filosófico, pois a repetição das palavras que remetem à ideia de fingir acentua a ideia do poeta como alguém que se esconde por trás de máscaras emocionais. Fernando Pessoa joga com a sonoridade e o significado dessas palavras para refletir sobre a falsidade da expressão de sentimentos, criando uma ideia poderosa e poética. A paronomásia aqui não só cria ritmo, mas também simboliza o processo de enganar a si mesmo.
Diferença entre Parônimos e Homônimos
Para entender bem a paronomásia, vale lembrar:
Característica | Parônimos | Homônimos |
---|---|---|
Semelhança sonora | Sim | Sim |
Mesma escrita | Não necessariamente | Às vezes sim (homógrafos e perfeitos) |
Significados | Diferentes | Diferentes |
Causa confusão? | Sim, principalmente na ortografia | Sim, na leitura e interpretação |
A paronomásia trabalha com os parônimos — palavras parecidas que criam um jogo sonoro e estilístico.
Paronomásia na Publicidade
A paronomásia é muito usada em slogans e marcas para criar impacto sonoro e memorização. Veja alguns exemplos:
- “Não é brinquedo. É Brinquedão!”
- “O tempo passa, o tempo voa…” (jingle conhecido)
- “É fácil fazer, é fácil aprender.”
Esse recurso chama a atenção do leitor/ouvinte e ajuda na fixação da mensagem.
Paronomásia na Música
Compositores usam paronomásia para criar jogos de palavras e reforçar sentidos emocionais ou cômicos:
“Lá vou eu, lá vou eu, hoje a tristeza não vem, não!”
(Samba-enredo – jogo com repetição e variações)
Por que aprender sobre Paronomásia?
- Enriquece a escrita criativa
- Ajuda na análise de textos literários e publicitários
- Estimula a consciência fonológica (sons das palavras)
- É cobrada em provas de interpretação e gramática (ENEM, concursos, vestibulares)
A paronomásia é uma figura de linguagem poderosa que valoriza a musicalidade e a expressividade da língua portuguesa. Ao brincar com palavras semelhantes, ela transforma frases simples em construções criativas, rítmicas e cheias de sentido.
Seja na poesia, na música ou na propaganda, a paronomásia é uma verdadeira arte de combinar sons parecidos com sentidos diferentes.