A cidade de Belém, que será a sede da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30) em 2025, está em meio a um intenso processo de preparação. O evento, que traz à tona questões sobre a preservação da Amazônia e o futuro climático do planeta, também está gerando debates sobre o impacto de seus preparativos na cidade e na região.
Investimentos e infraestrutura
O governo brasileiro anunciou investimentos significativos para melhorar a infraestrutura da cidade, como o Parque Linear Doca e a revitalização do Mercado São Brás, que visam garantir um legado sustentável para a população local. No entanto, o portal cop30.br menciona que, apesar dos esforços de revitalização, o processo de preparação para o evento enfrenta grandes desafios, com tensões em torno do aumento da especulação imobiliária e do custo de vida para os moradores da região.
Desmatamento e impactos ambientais
O jornal The Times destaca um problema sério relacionado à COP30: o Brasil continua desmatando quilômetros de floresta amazônica para a construção de uma estrada que liga áreas importantes para os preparativos do evento. A construção de infraestrutura para o evento gerou críticas sobre o impacto ambiental dessas obras, que podem prejudicar zonas de biodiversidade e aumentar o desmatamento na região.
Condições de trabalho e problemas sociais
Além das questões ambientais, as obras de preparação para a COP30 também enfrentam críticas relacionadas às condições de trabalho. Denúncias de trabalhadores expostos a ambientes insalubres e a falta de equipamentos de proteção nos canteiros de obras têm gerado protestos. O portal AP News faz referência a essas condições precárias e ao aumento do custo de vida, o que levanta questões sobre o tratamento social durante o evento e as políticas públicas locais.
O que os brasileiros acham?
A poucos meses da COP30, Belém enfrenta desafios significativos para se preparar adequadamente para sediar a cúpula climática global. Embora haja investimentos substanciais em infraestrutura, a cidade ainda precisa resolver questões críticas para garantir a realização do evento.
Infraestrutura e Mobilidade
O governo federal anunciou investimentos de aproximadamente R$ 5 bilhões em mais de 20 obras e intervenções para melhorar a infraestrutura de Belém. Projetos como o Parque da Cidade e o Porto Futuro II visam revitalizar áreas degradadas e criar espaços adequados para a conferência . Além disso, está em andamento a construção de uma via expressa de quatro pistas, a Avenida Liberdade, que atravessa a floresta amazônica para facilitar o acesso ao centro da cidade .
Saneamento Básico e Meio Ambiente
Apesar dos esforços, Belém ainda enfrenta sérios problemas de saneamento básico. Apenas 2% do esgoto da cidade é tratado, resultando em poluição significativa dos rios locais . Além disso, a construção da Avenida Liberdade gerou controvérsias devido ao impacto ambiental, já que atravessa uma área protegida da Amazônia .
Capacidade de Hospedagem
A cidade também enfrenta desafios em relação à capacidade de hospedagem. Embora novos empreendimentos, como o hotel boutique Vila Galé Collection Amazônia, estejam sendo desenvolvidos, a demanda por acomodações durante o evento é alta .
Apesar de Belém estar recebendo investimentos significativos, os desafios para garantir que a cidade esteja totalmente preparada para a COP30 são evidentes. Com o aumento da especulação imobiliária, o desmatamento e as condições de trabalho precárias, a cidade precisa enfrentar essas questões com urgência para que o evento seja realmente uma oportunidade de transformação sustentável. Em meio a esses desafios, o evento representa uma chance única para o Brasil e o mundo debaterem soluções para a preservação da Amazônia e o enfrentamento da crise climática.