A pergunta “Se não fosse os asteroides, estaríamos dividindo a Terra com os dinossauros?” é uma das mais fascinantes quando pensamos em mundos alternativos e nas possibilidades da evolução da vida no planeta. Para responder, é preciso considerar aspectos como o estilo de vida dos dinossauros, seu domínio ecológico, sua alimentação, as mudanças climáticas, a evolução dos mamíferos e, claro, a própria trajetória da espécie humana.
Um breve panorama dos dinossauros
Os dinossauros dominaram a Terra por cerca de 165 milhões de anos, desde o período Triássico até o fim do Cretáceo. Eram criaturas incrivelmente diversas, com tamanhos que iam desde o pequeno Microraptor, com menos de um metro de comprimento, até o colossal Argentinosaurus, que podia atingir até 35 metros de comprimento e pesar mais de 70 toneladas.
Existiam dinossauros carnívoros, como o famoso Tyrannosaurus rex, e herbívoros, como o Triceratops ou o Brachiosaurus. Viviam em diferentes ambientes — florestas densas, planícies abertas, regiões costeiras — e tinham estilos de vida muito variados. Alguns eram rápidos e caçadores ágeis; outros eram lentos e viviam em bandos para proteção.
Alimentação e ecossistemas
A cadeia alimentar na era dos dinossauros era bem estruturada. Os herbívoros se alimentavam de uma vegetação diferente da que conhecemos hoje: muitas das plantas com flores modernas ainda não existiam. Já os carnívoros ocupavam o topo da cadeia, caçando ou se alimentando de carcaças.
Os ecossistemas eram ricos, mas bem distintos do que vemos atualmente. As florestas eram dominadas por coníferas, samambaias gigantes e cicadáceas. A Terra era mais quente, sem calotas polares permanentes, e com maior concentração de dióxido de carbono na atmosfera.
E se o asteroide não tivesse caído?
O impacto do asteroide que atingiu a Península de Yucatán, há cerca de 66 milhões de anos, é considerado o principal fator da extinção dos dinossauros não-avianos. A catástrofe mudou drasticamente o clima global, bloqueou a luz solar e colapsou as cadeias alimentares.
Sem esse impacto, é provável que os dinossauros teriam continuado a dominar o planeta por mais milhões de anos. A ausência dessa extinção em massa significaria que os mamíferos — que na época eram pequenos, noturnos e viviam escondidos — dificilmente teriam encontrado espaço para evoluir e ocupar os nichos ecológicos deixados vagos.
Humanos e dinossauros: coexistência possível?

Se os dinossauros não tivessem sido extintos, os mamíferos talvez não tivessem evoluído ao ponto de desenvolver grandes cérebros, ferramentas, linguagem e civilização. Portanto, a primeira resposta lógica é: provavelmente os humanos nem existiriam.
Mas e se, de alguma forma, a evolução humana tivesse acontecido mesmo com os dinossauros por aqui? Teríamos que lidar com predadores gigantescos, como o Allosaurus ou o Tyrannosaurus, que seriam ameaças diretas ao nosso modo de vida. A domesticação de animais, a agricultura e o desenvolvimento urbano teriam sido extremamente difíceis em um mundo onde enormes répteis selvagens rondam as florestas e planícies.
Talvez nossa civilização fosse subterrânea ou baseada em fortalezas, cercadas por barreiras naturais e tecnológicas para evitar ataques. Quem sabe teríamos desenvolvido meios de domar ou afastar essas criaturas? Ou viveríamos como nômades, evitando regiões com grande presença de dinossauros?
Impactos no mundo moderno
Se os dinossauros ainda existissem, toda a cadeia ecológica seria diferente. É possível que muitos dos animais que conhecemos hoje — como elefantes, girafas ou leões — nunca tivessem surgido. E mesmo que surgissem, talvez não tivessem espaço para prosperar.
A agricultura como conhecemos seria inviável em vastas áreas do planeta. As grandes cidades talvez fossem pequenas vilas protegidas por barreiras naturais. O transporte, a arquitetura, a tecnologia e até a alimentação teriam se adaptado a um mundo onde a convivência com criaturas colossais seria constante.
Além disso, os dinossauros poderiam ter evoluído. Com mais milhões de anos, quem garante que uma linhagem de dinossauros não desenvolveria inteligência comparável à humana? Alguns cientistas especulam sobre a possibilidade de dinossauros inteligentes — os chamados “dinosauroides”. Isso poderia nos levar a um mundo habitado por duas espécies inteligentes, disputando ou compartilhando espaço e recursos.
E os pássaros?
Vale lembrar que os dinossauros ainda estão entre nós — na forma dos pássaros. As aves modernas são descendentes diretas dos dinossauros terópodes, como o Velociraptor. Ou seja, os dinossauros não foram completamente extintos; apenas uma parte deles sobreviveu e evoluiu.
Como seria a vida com os dinossauros?
Se o asteroide não tivesse dizimado os dinossauros, é pouco provável que a espécie humana existisse como conhecemos hoje. E se existisse, seria uma humanidade completamente diferente — talvez mais adaptada à fuga e à proteção, menos dominante sobre o planeta.
A Terra seria um lugar muito mais selvagem, perigoso e imprevisível. Dividir o planeta com dinossauros seria como viver em um parque jurássico em escala global. A relação entre humanos e natureza teria sido moldada por uma luta constante por espaço, sobrevivência e adaptação.
No fim, o impacto do asteroide que causou a extinção dos dinossauros foi uma tragédia ecológica, mas também um ponto de virada que permitiu o surgimento da nossa espécie. Se não fosse por ele, talvez nunca tivéssemos tido a chance de fazer essa pergunta — nem de construir civilizações, escrever histórias ou olhar para os dinossauros como criaturas de um passado distante.