RESUMO DESSE CONTEÚDO
A silepse é uma figura de linguagem em que a concordância é feita com a ideia ou sentido da frase, e não com a forma gramatical explícita. Ela ocorre frequentemente na linguagem coloquial e literária, conferindo naturalidade à comunicação.
Existem três tipos principais:
- Silepse de gênero: concordância com o gênero da pessoa, não com o substantivo.
Ex: “Vossa Excelência está preocupado.” - Silepse de número: concordância com a ideia de plural, mesmo com sujeito no singular.
Ex: “A multidão gritavam.” - Silepse de pessoa: concordância com quem fala ou é incluído no grupo.
Ex: “Os brasileiros somos fortes.”
Apesar de útil na expressão oral e literária, não é recomendada em textos formais.
Conteúdo resumido pela LUONA para vídeo.
A língua portuguesa é rica em figuras de linguagem — recursos usados para dar mais expressividade à comunicação. Entre elas, existe uma figura pouco conhecida, mas muito interessante: a silepse.
Você já ouviu ou leu uma frase que, mesmo aparentemente “errada” na gramática tradicional, parece perfeitamente natural? Pois bem, a silepse é justamente isso: uma quebra da norma gramatical formal para respeitar o que está implícito no sentido da frase.
O que é Silepse?
A silepse é uma figura de linguagem em que há uma concordância feita com a ideia, e não com a forma gramatical explícita na frase. Ou seja, o verbo, o pronome ou o adjetivo concorda com o significado (e não com a estrutura formal da frase).
Ela ocorre por sentido — e não por regra gramatical.
Tipos de Silepse
Existem três tipos principais de silepse:
Silepse de Gênero
A concordância é feita com o gênero ideológico do sujeito, e não com o substantivo em si.
“Vossa Excelência está preocupada.”
Mesmo que “Excelência” seja um substantivo feminino, se a pessoa for um homem, a frase pode ser dita:
“Vossa Excelência está preocupado.”
A forma “preocupado” concorda com o gênero real da pessoa, e não com o substantivo “Excelência”.
Silepse de Número
Acontece quando há um sujeito coletivo ou elíptico, mas a concordância é feita com a ideia de plural.
“A multidão gritavam sem parar.”
Mesmo que “multidão” esteja no singular, a ideia é de várias pessoas. Por isso o verbo pode vir no plural.
Silepse de Pessoa
Ocorre quando o verbo ou o pronome concorda com a pessoa que fala ou com quem se fala, e não com a forma explícita do sujeito.
“Os brasileiros somos trabalhadores.”
Gramaticalmente, “os brasileiros” é terceira pessoa, então o correto seria “são trabalhadores”.
Mas ao incluir-se no grupo, o falante usa “somos” (primeira pessoa do plural), mostrando que se inclui na afirmação.
Por que usamos a silepse?
A silepse é comum na linguagem falada e literária. Ela aproxima o texto do uso cotidiano e pode transmitir mais naturalidade, emoção e estilo.
Na literatura, é usada como recurso estilístico. Já na fala, muitas vezes ocorre de forma espontânea, sem intenção de quebrar regras.
Se Liga!
Apesar de ser aceita na linguagem literária e coloquial, a silepse não deve ser usada em textos formais ou acadêmicos, como redações do ENEM, artigos científicos ou documentos oficiais — a não ser que haja intenção expressiva clara.
A silepse é uma figura de linguagem que expressa flexibilidade e naturalidade na comunicação. Ela revela como o uso da língua vai além das regras e se adapta ao contexto, à intenção e à identidade de quem fala.
Agora que você conhece essa figura tão peculiar, vai começar a percebê-la em músicas, livros, jornais e conversas do dia a dia!