RESUMO DESSE CONTEÚDO
A taxa Selic é a principal referência para os juros no Brasil, impactando o crédito, o consumo e os investimentos. Definida pelo Banco Central, ela pode ser “efetiva” (juros reais) ou “meta” (objetivo da política monetária). Quando a Selic sobe, o crédito fica mais caro e a rentabilidade da renda fixa aumenta, enquanto, com a Selic baixa, o consumo cresce e a renda variável tende a se valorizar.
A cada 45 dias, o Comitê de Política Econômica define a meta da Selic, influenciando a economia e as decisões de investimento. A Selic alta favorece a renda fixa, enquanto a baixa pode beneficiar a renda variável.
Conteúdo resumido pela LUONA para vídeo.
A taxa Selic é um dos termos mais mencionados em debates sobre economia, finanças e investimentos. Sua influência no mercado é tão grande que entender seu funcionamento é essencial para quem deseja investir com mais conhecimento.
O que é taxa Selic
A taxa Selic é a referência para os juros no Brasil, impactando tanto empréstimos quanto investimentos. Seu nome vem do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia, onde são negociados títulos públicos federais. A Selic é definida a partir da taxa média dos empréstimos diários entre bancos, com garantia em títulos públicos.
Há dois tipos de Selic: a “efetiva”, que reflete a taxa real praticada no mercado, e a “meta”, determinada pelo Banco Central para controlar a inflação e estimular ou frear a economia.
Para que serve e como impacta a economia
A Selic é a principal ferramenta da política monetária no Brasil, regulando a inflação dentro da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional. Criado em 1999, o sistema de metas busca estabilidade econômica, evitando crises inflacionárias que prejudicam o poder de compra da moeda.
Quando a inflação sobe além do esperado, o Banco Central eleva a Selic para encarecer o crédito e reduzir o consumo, controlando os preços. Já em momentos de baixa inflação, a taxa cai para estimular a economia, facilitando o acesso ao crédito e incentivando o crescimento.
Resumindo os principais efeitos da Selic no dia a dia dos brasileiros, temos:
Impacto no crédito
A taxa Selic influencia o custo do crédito. Quando sobe, empréstimos e financiamentos ficam mais caros, pois os bancos aumentam os juros. Quando cai, o crédito se torna mais acessível, com juros mais baixos.
Impacto no consumo
Crédito e consumo estão ligados: com juros altos, financiamentos encarecem e o consumo diminui; com juros baixos, o consumo tende a crescer.
Impacto nos investimentos
Quando a Selic sobe, os investimentos de renda fixa, como títulos públicos, CDBs, letras de crédito e debêntures, tendem a oferecer maior rentabilidade, já que sua remuneração está atrelada aos juros. Por outro lado, quando a taxa cai, o retorno desses investimentos também diminui.
Quando e como é definida a Selic
O Comitê de Política Econômica (Copom) do Banco Central define a taxa Selic “meta”, influenciando a Selic “efetiva” por meio de negociações de títulos públicos. A cada 45 dias, o Copom se reúne para revisar a taxa, analisando fatores econômicos nacionais e globais, condições de liquidez e comportamento do mercado. Após essas avaliações, os membros votam e divulgam a decisão no mesmo dia por meio de um comunicado oficial.
Entenda a Ata do Copom e porque é importante
Sempre que o Copom decide sobre a Selic, o público sabe imediatamente, mas os detalhes vêm depois, na ata publicada seis dias úteis após a reunião. Esse documento é essencial para a comunicação do Banco Central com o mercado, ajudando a alinhar expectativas e garantir previsibilidade econômica.
A clareza na política monetária fortalece a confiança dos agentes econômicos, permitindo decisões mais seguras, como investimentos e controle de estoques. Além da ata, o Banco Central divulga documentos como o Relatório de Inflação, que traz projeções e orientações sobre o cenário econômico futuro.
O que faz a Selic subir e cair
Após definir a meta para a Selic, o Banco Central precisa garantir que a taxa efetiva permaneça nesse nível. O simples anúncio não é suficiente, e o Banco Central atua no “mercado aberto” para atingir esse objetivo, comprando e vendendo títulos públicos federais diariamente, ajustando sua oferta para manter os juros próximos ao valor estabelecido pelo Copom.
Por exemplo, se a Selic precisar subir, o Banco Central vende mais títulos públicos aos bancos. Para torná-los atraentes, os títulos são oferecidos a preços mais baixos, o que resulta em uma remuneração maior, influenciando as taxas de juros praticadas pelas instituições financeiras. Já para reduzir a Selic, o Banco Central compra títulos de volta, oferecendo um preço mais alto, o que diminui a remuneração dos papéis e pressiona as taxas de juros para baixo.
Como investir com a Selic baixa e alta
Os movimentos da Selic impactam diretamente as aplicações financeiras, especialmente as de renda fixa, como CDBs e títulos públicos. Quando a Selic sobe, a rentabilidade desses investimentos tende a aumentar, pois as taxas de juros aplicadas nas operações financeiras são ajustadas conforme a variação da Selic. No caso do Tesouro Selic, por exemplo, a remuneração acompanha diretamente a taxa básica de juros. No entanto, a rentabilidade real (descontando a inflação) pode ser prejudicada quando a inflação também está alta.
Já os investimentos em renda variável, como ações, são indiretamente afetados pela Selic. Juros baixos estimulam o consumo e o crédito, o que pode aumentar os lucros das empresas e, consequentemente, valorizar suas ações. Por outro lado, a alta da Selic pode reduzir o consumo e prejudicar o crescimento das empresas, impactando negativamente suas ações. Em resumo, em cenários de Selic alta, a renda fixa tende a ser mais atrativa, enquanto com a Selic baixa, a renda variável pode oferecer retornos melhores.
Qual é a relação entre CDI e Selic
Investidores frequentemente ouvem sobre a Selic e a taxa do CDI, que são referências importantes para a rentabilidade das aplicações financeiras e costumam apresentar valores próximos. Mas qual é a diferença entre elas?
A Selic é a taxa média dos empréstimos entre bancos, com títulos públicos federais como garantia, registrada no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic). Seu objetivo é conduzir a política monetária do país, buscando a estabilidade econômica. Já a taxa do CDI é originada de empréstimos entre instituições financeiras, que buscam equilibrar seus balanços diários. Esses empréstimos de curto prazo são registrados no sistema da Cetip, que foi incorporada à B3 em 2017.
Calendário do Copom 2025
