Quando o assunto é investimentos ou temas relacionados à economia, alguns termos são frequentemente mencionados. Um dos mais recorrentes é a taxa Selic, que representa a taxa básica de juros da economia e serve para regular o fluxo de emissão e circulação de recursos financeiros no país. Por isso, muitos investidores têm interesse em acompanhar a taxa Selic atual.
Compreender o que é a taxa Selic pode ajudar a tomar decisões financeiras mais precisas, tanto na hora de solicitar um empréstimo quanto ao investir. Isso ocorre porque a Selic afeta grande parte das movimentações econômicas, influenciando diretamente os produtos e serviços financeiros disponíveis no Brasil.
Qual a taxa Selic hoje?
Atualmente, a taxa Selic está em 10,5% ao ano, após uma redução de 0,25 ponto percentual na última reunião do Copom, realizada em 8 de maio de 2024.
O que é taxa Selic?
A taxa Selic é a taxa básica de juros do Brasil, servindo como referência para todas as outras taxas, tanto para quem recebe quanto para quem paga. Ela desempenha um papel crucial para aqueles que tomam empréstimos ou financiam por meio de instituições financeiras, além de ser relevante para investidores.
O Banco Central utiliza um sistema chamado Sistema Especial de Liquidação e Custódia, onde ocorrem a compra e venda de títulos públicos, utilizando a taxa Selic como base para todas as operações.
O nome deste sistema é o que torna a taxa básica de juros no Brasil conhecida como Selic. Quando falamos sobre a negociação de títulos públicos dentro do sistema do Banco Central, estamos nos referindo a operações de empréstimo de curto prazo realizadas entre instituições, que, por sua vez, utilizam esses títulos como garantia.
Como é definida a Taxa Selic?
A taxa Selic é estabelecida pelo Comitê de Política Monetária (COPOM), que se reúne a cada 45 dias para avaliar o cenário econômico e decidir sobre possíveis mudanças na taxa.
Atualmente, a Selic é utilizada como referência em diversas transações financeiras, além de servir como um instrumento para controlar a inflação e estimular a economia.
Quando o COPOM opta por aumentar a taxa Selic, o objetivo é reduzir o consumo e o investimento, controlando assim a demanda e, por consequência, a inflação.
Por outro lado, ao decidir pela redução da taxa, a intenção é fomentar a atividade econômica, incentivando o consumo e o investimento.
A definição da taxa Selic considera uma série de fatores, como o comportamento da inflação, o nível de atividade econômica e as expectativas dos agentes econômicos, entre outros indicadores.
Essa taxa exerce um grande impacto em diversos setores da economia, abrangendo desde empréstimos bancários até investimentos em renda fixa e variável, sendo uma das principais taxas de juros do país.
O que é a ATA do COPOM?
A ATA do COPOM refere-se à Ata da Reunião do Comitê de Política Monetária. Este documento é publicado após as reuniões do COPOM e contém informações sobre as discussões, análises e decisões referentes à política monetária e à taxa Selic.
Além disso, a ATA oferece uma visão mais aprofundada do raciocínio e das projeções do Banco Central, servindo como uma importante ferramenta para empresários, economistas e outros profissionais em suas atividades.
O que faz a Selic subir e cair?
A taxa Selic pode aumentar ou diminuir conforme a decisão do COPOM, que se baseia em uma análise do contexto econômico.
Ela tende a subir quando há preocupação com a inflação, refletindo uma política mais restritiva para controlar a demanda. Em contrapartida, a taxa pode diminuir quando há a necessidade de impulsionar a economia e o consumo, o que indica uma política mais expansionista.
O que significa a sigla Selic?
O termo Selic é uma sigla para Sistema Especial de Liquidação e Custódia. Esse sistema, utilizado pelo Banco Central, é responsável pelo controle da emissão, compra e venda de títulos públicos, desempenhando um papel fundamental na condução da política econômica e no controle da inflação.
Para que serve a Taxa Selic?
A Selic desempenha um papel crucial no controle da emissão e circulação de recursos financeiros no país. O governo federal financia suas operações de duas maneiras principais: por meio da arrecadação de impostos e da emissão de dívida. A Selic é utilizada para determinar o custo dessa dívida e de todas as demais operações de crédito.
O Banco Central acompanha os indicadores de endividamento do governo e das famílias, além da variação nos preços de produtos e serviços. Quando há uma desregulação em qualquer um desses índices, o Copom pode intervir para ajustar o volume de dinheiro em circulação.
Um exemplo dessa dinâmica pode ser observado em 2015. Naquele ano, o aumento da dívida do governo federal provocou uma elevação no volume de dinheiro em circulação. A inflação ultrapassou os 10%, levando o Banco Central a implementar uma série de ajustes na Selic, que alcançou 14,25% ao final do ano.
O que acontece quando a Selic sobe?
Quando o Banco Central eleva a taxa Selic, normalmente ocorre uma redução da inflação e uma desaceleração da economia, já que isso desestimula o consumo.
O que acontece quando a Selic cai?
Quando o Banco Central diminui a taxa Selic, geralmente ocorre um aumento na inflação e um impulso na economia, já que isso incentiva o consumo.
Embora o exemplo mencionado seja recente, a conexão entre a inflação e a Selic é histórica. A taxa básica de juros foi estabelecida em 1979, em um momento em que os reajustes de preços estavam descontrolados no Brasil. Com o passar dos anos, a utilização dessa taxa para o controle monetário se tornou ainda mais relevante.
Como a Taxa Selic influencia a inflação?
A taxa Selic é uma ferramenta estratégica no combate à inflação no Brasil, integrando uma série de medidas de política monetária implementadas pelo Banco Central para manter a estabilidade econômica do país.
Alguns membros do Banco Central fazem parte do Conselho Monetário Nacional (CMN), que se reúne para discutir e estabelecer metas visando controlar a inflação, de acordo com o cenário atual. Dessa forma, a taxa Selic é periodicamente redefinida.
Quando esse sistema de metas de inflação foi iniciado no Brasil, a meta estabelecida era de 8%. Com o passar do tempo, esse valor foi ajustado para 4,5%, uma meta que se manteve também em 2020.
Por que acompanhar o valor da taxa Selic hoje?
A Taxa Selic é frequentemente ajustada pelo Banco Central do Brasil. As mudanças na taxa são decididas após as reuniões do Comitê de Política Econômica (Copom), que faz parte do Banco Central. Essas reuniões ocorrem a cada 45 dias, durante as quais é avaliada a necessidade de manutenção ou alteração da taxa básica de juros, levando em conta a situação econômica do país e o cenário inflacionário.
A Selic serve como referência para as taxas de juros de empréstimos e para os rendimentos de ativos de renda fixa.
Além disso, ela também influencia os investimentos em renda variável. Quando os ativos de renda fixa oferecem um retorno mais atrativo em comparação ao seu risco, os investidores tendem a direcionar seu capital para esses ativos, o que resulta em uma menor procura por investimentos de maior risco em certos períodos.
Quem define a taxa Selic?
A definição da meta da taxa Selic ocorre em uma reunião a cada 45 dias do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. Durante esse encontro, são consideradas as projeções e análises sobre a atividade econômica e a inflação.
Após cada reunião, o Copom divulga uma ata que detalha as razões para a decisão de manter, aumentar ou reduzir a taxa de juros. Esse documento também apresenta a perspectiva da autoridade monetária em relação ao cenário futuro, contribuindo para a previsão das próximas alterações na Selic.
Como a Selic influencia os investimentos?
A Selic, sendo a taxa básica de juros da economia, serve como referência para várias taxas em nível nacional, não apenas para empréstimos e financiamentos, mas também para as taxas de retorno de investimentos, como o CDI (Certificado de Depósito Interbancário).
O CDI atua como um mecanismo de garantia para operações realizadas diariamente entre instituições financeiras, refletindo diretamente o custo dos empréstimos entre bancos e, por isso, tende a acompanhar de perto a taxa Selic.
No campo dos investimentos, o CDI é utilizado para calcular o retorno de diversas aplicações pós-fixadas de renda fixa, incluindo:
- Certificado de Depósito Bancário (CDB)
- Letra de Crédito Imobiliário (LCI)
- Letra de Crédito do Agronegócio (LCA)
- Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRI)
- Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA)
- Recibo de Depósito Bancário (RDB)
- Debêntures
- Fundos de investimento
- Poupança
Geralmente, o rendimento dessas aplicações é apresentado como um percentual do CDI, por exemplo, 110% do CDI. Considerando o cenário atual, com a Selic em torno de 2%, uma aplicação que ofereça 110% do CDI renderia 2,2% ao ano.
É importante notar que, em períodos de Selic baixa, os investimentos em renda fixa tendem a apresentar rentabilidades menores. Caso o Banco Central opte por aumentar ou diminuir a Selic, o rendimento das aplicações será ajustado a partir do mês em que a taxa básica de juros for alterada.
Além disso, existem ativos, como os títulos do Tesouro Selic, que são diretamente influenciados pela variação da taxa básica de juros.
Por último, como a Selic está diretamente relacionada à inflação, os investidores que aplicam em títulos cuja rentabilidade é calculada pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) devem ficar atentos às mudanças na taxa básica de juros.
Alguns dos investimentos atrelados ao IPCA incluem Tesouro IPCA+, debêntures, LCIs, LCAs, CRIs, CRAs e fundos de renda fixa.
Qual a relação entre Selic e a poupança?
A taxa básica de juros está diretamente relacionada à caderneta de poupança. O rendimento da poupança pode ser calculado com base no CDI, mas isso depende da taxa Selic vigente. Confira as regras a seguir:
- Se a taxa Selic estiver abaixo de 8,5%, a poupança renderá 70% do CDI mais a Taxa Referencial (TR), que é definida pelo Banco Central. Atualmente, a TR está zerada.
- Se a Selic estiver acima de 8,5%, o rendimento da poupança será de 0,5% ao mês mais a Taxa Referencial.
Como a Selic influencia o consumo doméstico?
A relação entre a taxa básica de juros e o crescimento econômico é direta. A Selic desempenha um papel crucial ao estimular ou desestimular o consumo tanto de famílias quanto de empresas.
Quando a Selic está baixa, o governo enfrenta um custo menor para se endividar, o que possibilita a transferência de mais recursos para a população e investimentos em áreas como infraestrutura, saúde e educação, resultando em mais empregos e aumento de renda.
Além disso, os juros baixos tornam o crédito mais acessível para as famílias, pois os financiamentos para a compra de bens e serviços tornam-se mais baratos.
Entretanto, é fundamental lembrar que um aumento no consumo pode gerar pressão sobre a demanda, levando a um aumento da inflação, o que prejudica o poder de compra da população.
Se a inflação sair de controle, o Banco Central pode optar por elevar a taxa Selic para desestimular o crédito e as despesas governamentais, o que, por sua vez, pode desacelerar o crescimento da economia como um todo.
Diferença entre Selic e CDI
O CDI (Certificado de Depósito Interbancário) e a Selic (Sistema Especial de Liquidação e Custódia) estão interligados de maneira significativa. A taxa CDI é fundamentada na Selic e geralmente segue de perto suas flutuações.
A Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira, estabelecida pelo COPOM (Comitê de Política Monetária). Ela desempenha um papel crucial no controle da inflação e na influência sobre a economia em geral. Quando o COPOM decide ajustar a Selic, isso impacta diretamente o custo do dinheiro no mercado.
Por sua vez, o CDI é uma taxa utilizada no mercado interbancário para transações entre os bancos. Normalmente, essa taxa fica próxima à Selic e serve como referência para diversas operações financeiras, incluindo investimentos em renda fixa.
Dessa forma, é comum que os rendimentos de investimentos atrelados ao CDI sejam impactados pelas decisões do COPOM em relação à Selic. Quando a Selic aumenta, a taxa CDI também tende a subir, resultando em rendimentos mais atraentes para esse tipo de investimento.
Por outro lado, quando a Selic diminui, o CDI costuma seguir essa tendência de queda, afetando os rendimentos gerados por esses investimentos.
Tripé macroeconômico
Nas últimas duas décadas, vários governantes brasileiros têm utilizado a combinação de juros e inflação como parte de sua estratégia econômica. Durante a administração de Fernando Henrique Cardoso, foi introduzido o conceito do tripé macroeconômico, que guiou a política fiscal do país nesse período.
Esse tripé é composto por três elementos: juros, inflação e câmbio.
De maneira geral, o Banco Central estabiliza a cotação do dólar por meio de leilões de moeda estrangeira e da taxa de juros, que, por sua vez, têm um impacto direto na inflação. Como essa dinâmica envolve a interdependência dos fatores para manter a estabilidade, essa abordagem é denominada tripé macroeconômico.