A Noruega, pioneira mundial na mobilidade elétrica, está prestes a alcançar um marco histórico: tornar-se o primeiro país do mundo a vender apenas carros totalmente elétricos.
A meta que virou realidade
O objetivo oficial era 2025, mas o feito chegou antes. Em 2024, 88,9% dos carros novos vendidos já eram elétricos — e em 2025, o número ultrapassou 95%. Na prática, a meta foi atingida. Segundo o ministro das Finanças, Jens Stoltenberg,
“podemos dizer que a meta foi alcançada”.
Como a Noruega chegou lá
O sucesso norueguês não veio por acaso. O governo apostou em um pacote de incentivos que incluiu:
- Isenção de impostos e IVA para veículos elétricos;
- Acesso gratuito a pedágios e uso liberado de faixas exclusivas;
- Altos tributos sobre veículos a combustão.
Essas políticas transformaram o carro elétrico na opção natural e econômica para a maioria dos motoristas do país.
O fim dos incentivos — e o início da normalização
Agora que o mercado está consolidado, o governo planeja reduzir os benefícios. A ideia é equilibrar as contas públicas e evitar distorções no consumo.
Hoje, a isenção de IVA vale para veículos de até 500 mil coroas norueguesas (aproximadamente US$ 49 mil).
A proposta em discussão reduz o limite para 300 mil coroas (US$ 30 mil) em 2026 e elimina totalmente a isenção em 2027.
A medida busca restringir incentivos a carros de luxo e direcionar os benefícios para a classe média, enquanto aumenta os impostos sobre carros a combustão, reforçando o compromisso ambiental do país.
Um modelo global — com ressalvas
O caso da Noruega é um exemplo de como políticas públicas consistentes podem transformar um mercado inteiro em menos de uma década. Mas há um ponto de atenção: trata-se de um país pequeno e altamente desenvolvido, o que facilita a transição — algo mais difícil em economias maiores e menos subsidiadas.
Ainda assim, a lição é clara: a era dos motores a combustão está chegando ao fim. A Noruega não apenas liderou a revolução dos elétricos, como agora mostra ao mundo como manter essa transição sustentável a longo prazo.