RESUMO DESSE CONTEÚDO
A Nissan enfrenta sua pior crise em 16 anos, com vendas globais caindo 6% no primeiro semestre de 2025, totalizando 1,6 milhão de veículos, e prejuízo de R$ 4,3 bilhões entre abril e junho. A queda é acentuada na China (-18%) e também afeta Japão e Brasil.
Após fracassar a tentativa de fusão com a Honda, a montadora aposta em lançamentos para se recuperar, incluindo a terceira geração do Leaf (SUV elétrico com +600 km de autonomia), o retorno do March elétrico e novos modelos na América Latina, como SUV de entrada, nova Frontier, Versa e Sentra.
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A vida da Nissan tem sido turbulenta. Após uma série de desafios — que incluíram a queda do CEO, cerca de 20 mil demissões e o fechamento de sete fábricas — a montadora japonesa agora enfrenta resultados negativos ainda mais severos em vendas. Segundo dados do Nikkei Asia e da pesquisa MarketLines, a Nissan não aparece entre as 10 fabricantes que mais vendem carros no mundo pela primeira vez em 16 anos.
No primeiro semestre de 2025, a Nissan vendeu 1,6 milhão de veículos, uma queda de 6% em relação ao ano anterior. É o menor número desde 2009, quando foram emplacados 1,5 milhão de carros — época da crise causada pela falência do banco Lehman Brothers. Com isso, a Nissan foi ultrapassada no ranking global por marcas como Suzuki, BYD e Geely.
Prejuízos consecutivos
A montadora acumula quatro trimestres seguidos no vermelho. Entre abril e junho de 2025, registrou prejuízo de 115,7 bilhões de ienes (cerca de R$ 4,3 bilhões), um contraste marcante frente ao mesmo período do ano passado, quando teve lucro de 28,5 bilhões de ienes (R$ 1 bilhão).
Principais mercados em queda
A maior queda acontece na China, principal mercado da Nissan, onde as vendas caíram 18%. No Japão, os emplacamentos atingiram o menor nível desde 1993, ano em que os dados começaram a ser coletados. No Brasil, entre janeiro e julho de 2025, foram vendidos 42.933 veículos, queda de 18,1% em relação ao mesmo período de 2024. A marca caiu da oitava para a décima posição no ranking nacional, ultrapassada por Honda e BYD, segundo a Fenabrave.
Planos de recuperação
Em novembro de 2024, executivos da Nissan alertaram que a montadora tinha menos de dois anos de sobrevivência sem um novo investidor. Inicialmente, houve a tentativa de fusão com a Honda, que poderia trazer estabilidade financeira e maior competitividade, mas as negociações não avançaram.
Como alternativa, a Nissan apostou em lançamentos e novidades:
- Terceira geração do Nissan Leaf, agora um SUV cupê com mais de 600 km de autonomia;
- Retorno do Nissan March como hatchback elétrico, baseado na plataforma do Renault 5 E-Tech;
- Na América Latina, novos modelos previstos até 2026 incluem um SUV de entrada, nova geração da Frontier, atualização do Versa e novo Sentra.