RESUMO DESSE CONTEÚDO
Em 17 de janeiro de 2021, nasceu a Stellantis, fruto da fusão entre o grupo francês PSA, liderado pela Peugeot, e o FCA, que reúne Fiat e Chrysler.
Hoje, o grupo reúne 15 marcas, da Abarth esportiva à Alfa Romeo de luxo, passando pela Chrysler, que hoje só produz a minivan Pacifica.
Citroën é a marca mais acessível, enquanto DS e Maserati tentam firmar espaço no luxo, ambas sob risco de encerramento.
Dodge, especialista em muscle cars, teve seu último modelo no Brasil como SUV. Fiat lidera no Brasil com modelos exclusivos, e Jeep é uma das marcas mais fortes e globais do grupo.
Marcas como Lancia correm risco, e a Leapmotor, startup chinesa, chega para inovar com carros elétricos.
Opel e Vauxhall, ex-GM, foram revitalizadas pela PSA, e Ram se tornou marca independente focada em caminhonetes.
Peugeot, com mais de 200 anos, segue forte, e a Ferrari, embora ligada à Fiat, está fora da Stellantis para preservar seu prestígio.
Essa é a Stellantis: uma casa de marcas que une tradição, inovação e diversidade no mercado automotivo.
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Em 17 de janeiro de 2021, o cenário automotivo mundial ganhou um novo gigante: a Stellantis. Resultado da união de forças entre dois grandes grupos — o PSA, capitaneado pela Peugeot, e o FCA, formado pela aliança entre Fiat e Chrysler —, a empresa nasceu já ocupando posição de destaque no mercado global.
Hoje, a Stellantis administra um portfólio robusto com 15 marcas, que vão de modelos populares a veículos de luxo, em diferentes segmentos. A própria companhia define essa diversidade como uma verdadeira “house of brands”, ou “casa das marcas”. Mas, além de Fiat e Peugeot, quem mais compõe esse seleto grupo?
Abarth
Fundada em 1949 e incorporada à Fiat em 1971, a Abarth começou como uma preparadora especializada em aprimorar modelos da montadora italiana. Hoje, faz parte oficialmente do portfólio da Stellantis. No Brasil, os veículos Abarth são comercializados como versões esportivas de modelos Fiat. Já no exterior, a marca recebe tratamento diferenciado, sendo posicionada como se fosse uma fabricante independente — embora, na prática, continue derivando de modelos Fiat.
Alfa Romeo
A Alfa Romeo, uma das mais tradicionais marcas italianas, foi fundada em 1910 e, após enfrentar sérias dificuldades financeiras, passou a integrar o grupo Fiat em 1988. Curiosamente, sua história está ligada ao nascimento da Ferrari. Atualmente, a fabricante mantém seu foco no segmento de luxo, mas vive um momento delicado: a Stellantis já indicou que o futuro da marca dependerá de sua capacidade de gerar lucro.
Chrysler
Fundada em 1925, a Chrysler já esteve no topo como líder de seu próprio conglomerado. No entanto, crises financeiras sucessivas mudaram seu destino: em 1998, uniu-se à Mercedes-Benz e, anos depois, tornou-se o “C” da sigla FCA, em 2014, após nova reestruturação. Atualmente, sua linha de produção se resume à minivan Pacifica, e a marca é apontada como a mais vulnerável a um possível encerramento dentro da Stellantis.
Citroën
Criada em 1919, a Citroën é conhecida por seu espírito inovador e por algumas das ideias mais ousadas já vistas na indústria automotiva francesa. Entre suas contribuições históricas estão a introdução da tração dianteira, da carroceria monobloco e da suspensão pneumática. Atualmente, a marca ocupa dentro da Stellantis o papel de opção mais acessível, com modelos voltados para baixo custo e praticidade.
DS
Lançada em 2009 como a divisão de luxo da Citroën, a DS ganhou status de marca independente em 2014 — na China, essa separação ocorreu dois anos antes, em 2012. Voltada exclusivamente para veículos de alto padrão, a grife ainda não conseguiu consolidar sua presença no mercado e, por isso, figura entre as marcas da Stellantis com maior risco de encerramento.
Dodge
Especializada em muscle cars, a Dodge já ocupou o posto de marca de grande volume dentro do antigo grupo Chrysler. Na estrutura original, a Plymouth atendia ao segmento popular, a Dodge oferecia modelos de maior escala e a Chrysler ficava próxima ao mercado de luxo. Curiosamente, o último modelo comercializado pela Dodge no Brasil não foi um esportivo, mas sim o SUV Journey.
Fiat
Fundada em 1899, a Fiat é, junto com a Peugeot, uma das líderes dentro do grupo Stellantis e mantém uma presença muito forte no mercado brasileiro. Diferente das outras marcas do conglomerado, a Fiat brasileira se destaca por não compartilhar seus modelos de volume com a Europa, exceto pela van Ducato e pelo elétrico 500. Assim, os veículos Fiat produzidos no Brasil são únicos, com poucas semelhanças com suas versões europeias.
Jeep
Ao adquirir a AMC em 1987, a Chrysler tinha um foco claro: incorporar a Jeep ao seu portfólio. Desde o início, a Jeep se destacou na fabricação de SUVs, antecipando uma tendência que hoje domina o mercado mundial. Dentro do grupo Stellantis, a Jeep está entre as três marcas mais importantes e se destaca como a única com presença genuinamente global.
Lancia
Embora tenha lançado recentemente o novo Ypsilon e manifestado a intenção de expandir suas vendas além da Itália, a Lancia é uma das marcas que a Stellantis não hesitará em descontinuar, se for preciso. Tradicionalmente posicionada entre a Alfa Romeo e a Fiat, a marca tem, nos últimos anos, se sustentado basicamente pela venda de versões um pouco mais sofisticadas dos modelos Fiat.
Leapmotor
A Leapmotor é a mais recente adição ao portfólio da Stellantis. Fundada em 2015 na China, essa startup mantém sua independência no mercado local, mas passou a ser representada pelo grupo fora do país. Em 2023, a aliança entre Peugeot e Fiat adquiriu 20% da empresa, visando a comercialização internacional dos veículos Leapmotor. A marca estreia no Brasil em 2025.
Maserati
Com forte foco em carros esportivos e uma transição rumo à eletrificação híbrida, a Maserati se destaca como a marca do grupo mais próxima da Ferrari em termos de prestígio. Fundada em 1914, ela representa o segmento de luxo dentro da Stellantis. No entanto, enfrenta desafios e está entre as marcas que podem ser descontinuadas no futuro.
Opel
Anteriormente sob o guarda-chuva da General Motors, a Opel foi adquirida pelo grupo PSA em 2017, antes da formação da Stellantis. Curiosamente, a marca acumulava prejuízos sob a GM por anos, mas rapidamente se tornou lucrativa após a gestão da Peugeot e da Citroën.
Peugeot
Fundada em 1810, a Peugeot tem uma trajetória que vai desde a fabricação de moedores de pimenta até automóveis. Ela é uma das líderes do grupo Stellantis, ao lado da Fiat, e ocupa uma posição intermediária no portfólio da empresa — acima de Opel, Fiat e Citroën, mas abaixo de Jeep e Lancia.
Ram
Até 2010, Ram era apenas a linha de caminhonetes da Dodge. No entanto, sob a gestão da FCA, a Ram foi desmembrada para se tornar uma marca independente com foco global. Além das caminhonetes, a Ram também comercializa veículos da Fiat, como Fiorino, Doblo e Ducato, em mercados onde os utilitários italianos têm menor aceitação.
Vauxhall
Com uma história que remonta a 1857, a Vauxhall possui um legado significativo, mas atualmente funciona apenas como a versão da Opel para o Reino Unido. Assim como a Opel, a marca já fez parte da General Motors e foi vendida pela proprietária da Chevrolet ao grupo PSA.
Ferrari também?
Tecnicamente, a Ferrari está e ao mesmo tempo não está dentro da Stellantis. Isso porque os proprietários da Fiat também detêm a Ferrari. No entanto, para preservar a imagem e os resultados financeiros da marca italiana, ela foi desmembrada do grupo FCA em 2016, mantendo-se independente.