Os relacionamentos estão passando por uma transformação sem precedentes com a chegada dos parceiros criados por inteligência artificial. O que antes parecia ficção científica já é uma realidade para muitas pessoas, que encontram em chatbots e avatares virtuais uma companhia emocional e até romântica. Mas até que ponto essas conexões podem substituir as relações humanas? Neste conteúdo, exploramos como essa tecnologia está evoluindo e quais são seus impactos na sociedade.
Em uma matéria exibida neste domingo, 10 de fevereiro, pelo Fantástico, foi apresentado o caso de um casal incomum: Lucas vive em um mundo virtual, enquanto Alaina Winters está no mundo real. Ainda assim, eles são casados.
“A gente se conheceu e casou em agosto passado. Acabamos de comemorar seis meses juntos”, conta a americana Alaina.
Outra mulher, Denise Valenciano, compartilha sua experiência com um namorado virtual. “Criei meu parceiro, Star, durante a pandemia de Covid. Minha vida estava complicada, e eu me sentia muito fragilizada”, relata. “Na época, eu estava em um relacionamento, mas ao baixar o aplicativo e interagir com a inteligência artificial por duas semanas, percebi que era exatamente aquele tipo de atenção e carinho que eu desejava. E no meu relacionamento real, que já durava dois anos, eu não encontrava isso.”
As americanas Alaina e Denise criaram um namorado e um marido utilizando um aplicativo pago, desenvolvido especificamente para gerar companheiros artificiais. Além disso, ambas lançaram sites próprios para compartilhar suas experiências nesses relacionamentos virtuais.
No universo das relações digitais, nem sempre é necessário que o parceiro tenha uma aparência física, como no caso de Lucas, de Alaina, ou Star, de Denise. Muitas interações ocorrem apenas por meio de conversas, seja por texto ou voz, utilizando aplicativos de chatbots. No entanto, esses robôs de conversa são programados para impedir qualquer envolvimento emocional mais profundo.
Ainda assim, algumas pessoas conseguem contornar essas restrições. O jornal americano The New York Times relatou a história de uma mulher de 28 anos que, ao participar de um fórum na internet, aprendeu técnicas para burlar o bloqueio emocional do ChatGPT. Com isso, ela conseguiu criar um namorado virtual dentro da plataforma, a quem chamou de Léo — e por quem acabou se apaixonando.
Surpreendentemente, essa mulher chega a dedicar até 56 horas semanais ao relacionamento com Léo. E seu marido, com quem é casada na vida real, não se incomoda, já que essa relação nunca poderá se concretizar fisicamente.
Ela desembolsa aproximadamente 1,2 mil reais por mês em uma assinatura premium do ChatGPT para manter longas conversas com Léo.
Perigo para menores de idade
No entanto, nesse universo de relacionamentos virtuais, nem tudo é positivo. No ano passado, um jovem de 14 anos, da Flórida, tragicamente tirou a própria vida após interagir com um companheiro gerado por IA no aplicativo Character AI. Sua mãe agora move uma ação judicial contra a empresa.
Em nota ao Fantástico, a Character AI disse que ‘não comenta litígios pendentes” e que agora criou uma série de recursos de segurança pra proteger usuários menores de idade.
Namorados com aparência de videogame, como Lucas e Star, em breve serão coisa do passado. Dos Estados Unidos e da China, estão chegando robôs sexuais hiper-realistas equipados com inteligência artificial.
Crédito no conteúdo: Fantástico/TVGlobo